quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sentindo a morte de perto



Sentindo a morte de perto


Há um beijo que não dei, mas já é tarde

O destinatário partiu faz muito tempo...

Há aquela flor que não reguei... Sem alarde,

Dou-lhe a líquida fonte de vida... Contratempo

Há em mim, aquela dor que não cultivei...

Há no firmamento, A Força Maior,

Que agnóstica, inconsiderada, quase eu repudiei...

Visita-me espectro das sombras... De amor,

Busco roupagem... A disfarçar as mazelas que experimento

De passagem marcada à estação terminal... Repenso!

Escrevo ,eu trabalho, leio estudo,... Pra quê?...Nem minto!

Há ainda lavrado em meu peito aquele verso denso...

Não exaurido, nem sentenciado... Que sem querer eu sinto!

Tenho tempo... Dou-me o tempo... Apesar do desalento

Andejo de mãos dadas com o Criador... Sobrevivendo!

Meu jazigo aguarda-me, mas não agora!Entendendo,

Que há a expectativa do mal, mas a finalização do bem

Vou indo... Escrevendo... Chorando... Com ELE... Até o além!


Denise Severgnini