sábado, 30 de maio de 2009

Meandros




Meandros


Constranger depreciativo
Nefelibata volita ao lusco-fusco

Nas entrelinhas, vocábulos
Aquietam - se...
Mudez mordaz
Ação falaz...
Virtualidade do tempo

Boca da noite, funcional
Deitou breu nas letras...

Rainha de copas
Alforriou o sorriso
No gato de Alice...

Tardio entardecer
Murano quebrado
Re_colado ... !!!???
Fotografia rasgada!

Pôr-do-sol derradeiro!
Ocaso caligráfico!
Crepúsculo prosaico!
Anoitecer funesto!

Epístolas jazentes...
Um epitáfio, apenas:
“Fratello” setentri_oriental :
Rosa dos Ventos oscula-te exonerada
Amplexos solares a ti ofertados

Feneceu astro-rei...”Rest em peace”!
Renascerá em outra eternidade!

Denise Severgnini


Imagem:
Lusco - fusco em Lomba Grande
Retrato de Moises Braun

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Alma errante // Silêncio misterioso



Alma errante // Silêncio misterioso
Plenilúnio denso... Cerne em breu // Solidão e medo
Minha essência voeja ao léu // Vazia da tua ternura
Teu afeto sincero... Feneceu! // Minh´alma compungida dói!
Denise Severgnini // Mardilê Fabre

Solitude //Tantos desencontros!


Solitude //Tantos desencontros!
Amo em in_versos da alegria // Falta amor?
Teço letras desamparadas // Egoísmo? Frialdade?
Estridente clamor por ti! // Sentimentos desconexos!
Denise Severgnini // Mardilê Fabre






Sempre haverá poesia em mim






Sempre haverá poesia em mim


Há ratos no tombadilho da minha caravela

Os gatos, mui amigos, saíram de férias

comeram meu queijo, deixaram-me à míngua

Mas a poesia ainda está em mim...


Minha lápide foi edificada pelos carnífices

E um epitáfio por eles escrito: Aqui jaz poesia inerte!

Aniquilei e nele com sangue gravei:

Sempre haverá poesia em mim!


Jogaram-me no deserto, sem água por perto

miragens abrolharam, oásis poéticos

beduíno trouxe-me subsídio providencial

letras soltas, alforriadas... Então ,eu poetei...

Sempre haverá poesia em mim!


Arremessada à arena, aos leões, fui oferecida

gladiador intrépido, abrolhou-me um verso

E eu ,então, com ele interagi ,num mágico dueto:

Sempre haverá poesia em mim!


Não importam ratos, doença, fome, desgraça

Pode chover canivetes, abriram-se grotas...

Se a manancial secar, a estiagem chegar, a expiação persistir

Se tudo de malfazejo a eu incidir, ainda assim

Com as bênçãos de Deus: Sempre haverá poesia em mim!


Denise Severgnini(Poenise)


Readaptação do poema Sobreviverei

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sentindo a morte de perto



Sentindo a morte de perto


Há um beijo que não dei, mas já é tarde

O destinatário partiu faz muito tempo...

Há aquela flor que não reguei... Sem alarde,

Dou-lhe a líquida fonte de vida... Contratempo

Há em mim, aquela dor que não cultivei...

Há no firmamento, A Força Maior,

Que agnóstica, inconsiderada, quase eu repudiei...

Visita-me espectro das sombras... De amor,

Busco roupagem... A disfarçar as mazelas que experimento

De passagem marcada à estação terminal... Repenso!

Escrevo ,eu trabalho, leio estudo,... Pra quê?...Nem minto!

Há ainda lavrado em meu peito aquele verso denso...

Não exaurido, nem sentenciado... Que sem querer eu sinto!

Tenho tempo... Dou-me o tempo... Apesar do desalento

Andejo de mãos dadas com o Criador... Sobrevivendo!

Meu jazigo aguarda-me, mas não agora!Entendendo,

Que há a expectativa do mal, mas a finalização do bem

Vou indo... Escrevendo... Chorando... Com ELE... Até o além!


Denise Severgnini

Costurando meu arremate





Costurando meu arremate



Tempo voeja,

Entranhas em ebulição clamam liberdade

Astrológico ser impetra-me um fadário


De passagem, apanho a bagagem...

Não sei se ainda é tarde, ou se a manhã é morna

Lacrimeja a boca da noite, abluída em sangue posterior


Lápide marmórea e alva aguarda-me...

Senhora das trevas amadrinha-me... Batismo derradeiro!


Visão sem luz!

Em outras searas,

___reconciliar-me-ei com minhas letras!



Presentemente é tarde!

Van Gogh vem dizer-me:_ Starry night!



Denise Severgnini

Versos cadavér_(s )_icos


http://www.netnax.net/imgs/rip/rip0615071.gif


Versos cadavér_(s )_icos


Matei meu poema e de seu corpo fiz mortalha

Retalhei o verso à navalha, de cada corte

Eu fiz meu suporte a sustentar toda insensatez

Proveniente da morbidez estática de todos

Adeus à inspiração que vive a povoar meu imo

Cadaverize-se ante a hipocrisia... Sorria!

Carpideiras hão de chorar pelo leite derramado,

Lágrimas de crocodilos que salgarão a bala

De canhão apontado para a alma da poetisa.
Não pensem que esta morte é fugaz!


Tem tempo certo, definido nas leis de Moisés.

Como resistir ao apelo da morte que me sorri?


Alma e realidade caminham juntas, mas peleiam

Sobrando apenas o velho epitáfio:_R. P. I.*!


Denise Severgnini(Poenise)

R. I. P. = REST IN PEACE (descanse em paz)
ou RESTOU ÍNTIMO PADECER

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A POETISA FENECIDA
















A Poetisa Fenecida

Expirado o momento d’inspiração
Carnífice martírio de letras soltas
Mal diagramadas numa expiação
Em plúmbeo veludo, já envoltas
Traçam ritos da vate tão exaurida
Harpejam fúnebres árias... Riem
Do seu não ser expresso em vida
Letras malfadadas sobrevivem...

Poetisa serpenteia na soturnidade
Diáfanas vestes encobrem a agonia
Sem sua lira, não há prosperidade
Nem como poder falar de idolatria
Epopéias do desencanto desfraldam
Bandeiras que sacolejam escuridão
Perecidas almas a ela circunavegam
Impingindo um tanto de aliviação...

Não há conforto na palavra oblíqua
Um ego sorumbático nada produz
Nem mesmo um cura a ele se adéqua
Pois ela não se ajoelha ante uma cruz
Sucumbiram quimeras, versos alados
Desalento unânime na incerta essência
Tranquiliza na lápide, ossos cansados
Como epitáfio: Poetisa por excelência!


Denise Severgnini

domingo, 24 de maio de 2009

LUA NUA




LUA NUA



Lua, nua lua,

Despi-me toda

Diante de teus raios

Luz que não é tua

Luminosidade

Que roubas do sol

E exibes como essência natural.

Em verdade, tu és lua nua,

Nua como eu,

Despida de emoções profanas.

Despi-me diante de ti, oh lua!

Humildemente, busco,

Aspergir o perfume da noite morna

Deste fevereiro quente

E interminável...

Sobrevôo o céu azeviche

Envolta em brumas,

Estas tingidas de mil cores,

Como os anéis de Saturno.

Oh, lua! Lua nua...

Nua lua...

Despida como minh’alma,

Sem nódoas ou máculas...

Sem pesares ou tristezas...

Eu estou leve!

E a leveza sustenta meu ser,

Transportado no breu da noite.

A escuridão não me assusta,

A lua nua, pendurada na abóbada celeste,

Deixa transparecer uma réstia

De sua luz emprestada

(Ou será roubada?)...

É madrugada!Almas dormem...

Vagueiam, planejam...

Atuam, amam...

Minh’alma não,

Esta navega num universo paralelo,

À procura de outros sóis

Que não emprestem

Seus raios à Selene oferecida.

Tu e eu, lua,

Ambas nuas,

Tu de luz,

Eu de tristezas!



Denise Severgnini








LUA MINGUANTE






Míngua lua

Na noite triste


Existe além sentimento




Tormento




Expresso nas fases




Que trazes




Esquecidas em mim




Oportuna lua,




Sofismada na ausência




Plena de tudo e de nada




Na madrugada




A lua míngua...





Denise Severgnini

Noites sem Lua

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Noites sem Lua


“Sorvo tristeza, ausência em noites sem lua.

Quero sentimento. Chega de desencantos”

O mundo vive imerso num mar de falcatrua

Abutres e chacais vestidos como santos


Vivendo regalias sem gastar seus mantos

Casta apodrecida de essência ainda crua

“Sorvo tristeza, ausência em noites sem lua.

Quero sentimento. Chega de desencantos”


Vejo pirilampos vagueando em cada rua

E rostos tristes, cabisbaixos em quebrantos

Porque tão fraca a dignidade está seminua

Enquanto lá, há abastança naqueles recantos

“Sorvo tristeza, ausência em noites sem lua.”


Denise Severgnini e Ternurinha

Lua Torta


Lua Torta




Triste, perdeu seu brilho...


Minguante lua, sem amor


Abandonada, perdeu trilho


Do amar sem sentir dor




É difícil se recompor


Amou como mãe ao filho


Triste, perdeu seu brilho...


Minguante lua, sem amor




Dou-se sem empecilho


Ao sol, astro-rei viajor


Do universo tão andarilho


Ficou a lua em cruel torpor


Triste, perdeu seu brilho...





Denise Severgnini

LUA SEM NOITE

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LUA SEM NOITE


Dorme na inquietude do dia

Sem atitude, confunde

Sombra sem luz

Com escuridão que reluz

Sem rumo, sem trilha

Não vê, no dia, a maravilha

Da cor que anuncia

Vida em profusão

Só, em habitat hostil

Mergulha no ardil

Do tempo não anunciado

Sem a noite,

Lua morna combate açoite

Da viuvez não desejada

Sonha com uma madrugada...

Que saudade de ser amada!



Denise Severgnini

Felicidade Bipolar

http://www.tudoqueesolidodesmanchanoar.blogger.com.br/Bipolar.jpg


Felicidade Bipolar

Trilhar os tempos na inconstância
Da chuva e do sol a cada momento
É a sina da bipolaridade como tormento

Viagem triste na escuridão do dia
Quando desalento faz companhia
Mesmo assim, felicidade existe
Porque amigos não te deixam triste

No sol da noite clara e alegre
Euforia transborda pelo corpo inteiro
Faz com que agonia se desintegre
Felicidade é momento viageiro

"Felicidade é uma viagem, não um destino".*
Verdade implícita na frase do pensador
A busca da felicidade é sábio ensino
De quem flutua entre riso e dor

Denise Severgnini
*"Felicidade é uma viagem, não um destino".
Henrique de Souza Filho(Henfil) cartunista MG 1944/1988

BIPOLAR

http://www.amateurillustrator.com/articles/wp-content/uploads/2007/02/print-bipolar.jpg


BIPOLAR




Dois pólos:

Alegria, tristeza

Reagir com certeza


(quando é possível)



Denise Severgnini

Depressão e Escrita




Depressão e Escrita


Sou uma pessoa ansiosa e depressiva.A minha taxa de serotonina é organicamente baixa.

O Cloridrato de Sertralina mantém estável.Deveria praticar exercícios físicos, ajudam.

Todavia sou preguiçosa.Escrevo por compulsão.Talvez, eu seja portadora de TOC

(Transtorno Obsessivo Compulsivo) por escrita.

Minha terapeuta nunca me falou a respeito disso.

A despeito do quadro depressivo, sou uma pessoa que ama a vida.

Tenho trabalho, família,casa própria, automóvel, amigos, inteligência ,

fé em Deus, amor e todas as coisas materiais para ter uma vida confortável.

Mesmo assim, há dias em que acordo sem vontade de fazer nada, ficar ali, prostrada , sem ação.

É nesta hora, que há força interior que existe dentro de mim vem à tona.

Não posso dar-me ao luxo da entrega à depressão.

Quem já sofreu, sofre deste mal ou tem algum familiar depressivo sabe exatamente do que eu estou falando.

É algo cruel demais, pois o que dói é a alma.

Não há feridas expostas, uma perna engessada ou algo visível aos olhos externos.

Apenas eu, sei o quanto dói.Nestes momentos, o melhor remédio não é Prozac, Fluoxitina ou Sertralina...É a escrita.

Escrevo .Exponho o que sinto ou aquilo que eu gostaria de sentir naquele momento...

O alívio vem...A vida é boa e devemos vive-la da melhor maneira possível .

Carregando e aceitando nossos problemas , que podem ser bem menores que os problemas do vizinho.

Denise Severgnini

DEPRESSÃO


DEPRESSÃO






Ebulição conflitante de sentimentos


Ir e vir de emoções boas e ruins


Quero vida, nego morte por consciência




Na angústia de certos momentos


Dúbios pensamentos de fins


Devem ser banidos da existência




A dor de uma alma é invisível




Não é palpável... É agonia incrível





Denise Severgnini

PLETORA//GÓTICA



PLETORA//GÓTICA


sanguínea intenção//fúnebre aparência

feroz emoção...// depressivos sentimentos

Paixão macabra.// Amor sanguinolento!


Karinna//Denise Severgnini

GÓTICA







http://i168.photobucket.com/albums/u161/dape_
bucket/Gothic_girl--large-msg-11557491639.jpg




GÓTICA





Gosto sombrio, trevas em atração


mpanos atentos a entristecidos sons


Carregam graça na fúnebre aparência





Denise Severgnini

Sombria




Sombria


Nuviosa paisagem enaltecida

Solitude do imo compungido

Corvos _companhia entristecida



Denise Severgnini

Sanguínea

http://houseofmetal.flogbrasil.terra.com.br/1082192192.jpg

Sanguínea



Escarlate nas mãos

Angústia no cerne

Indícios de repúdio



Denise Severgnini

DAMA NAS TREVAS

http://pianista_do_rock.zip.net/images/cemiterio.jpg



DAMA NAS TREVAS


No apocalipse em que me encontro

Anoiteço ante a fúria dos cavaleiros

Meu tempo finda.Sou sombra sem luz!


Denise Severgnini

ANJO NEGRO QUE SE FOI







ANJO NEGRO QUE SE FOI




Imersa em sangüíneas sombras


Abro níveas asas.Maculam-se


Muito resta de tuas garras em mim





Denise Severgnini

A CRUZ E A ESPADA,

http://files.nireblog.com/blogs3/goticasimhotmailcom/files/gotica0481.jpg



A CRUZ E A ESPADA,


Vacilei, lágrimas de sangue verti

Pedi perdão ante a cruz da morte

Enterrei a espada no meu amor


Denise Severgnini


Duplix:


vacilei, lágrimas de sangue verti // sofri, e na escuridão me perdi

pedi perdão ante a cruz da morte // lamentei a crueldade de minha sorte

enterrei a espada no meu amor // matando a mim mesmo sem pudor


Denise Severgnini// Mauro Gouvea

SOMBRA SEM LUZ,


http://megan.no.sapo.pt/gotica133.jpg


SOMBRA SEM LUZ,


Vislumbro formas indecifráveis

Flagelos em degredo eterno

Nada sou além um espectro



Denise Severgnini

SOMBRA SEM LUZ



SOMBRA SEM LUZ


C

É

Única abóboda sem luz...

In Blue, lágrimas
acendem sorrisos largos,

------------s
----------o
--------b
-----e
--m
_______________ao mar...
__________________sombra sem luz...
________________________da claridade !


Denise Severgnini

SOMBRA AZUL






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SOMBRA AZUL


C

É

Única luz...


InBlue,

lágrimas de sangue real

Nos meus olhos,


E

-s

--c

---o

----r

-----r

------e

-------m


________ao mar...

_____________sombra azul...

______________da tua funestra ausência!


Denise Severgnini

CADÁVERES




CADÁVERES



manhã insuportável,
atmosfera pesada
ar poluído,

Corpos amontoados
Automóveis nas avenidas...
sangue nas veias...


Passa uma esquina,
Outra...
Acidente fatal.

Multidão,
(como agregamento íons)

sangue no asfalto,

Corpos lançados>_____>>

___>consideráveis distâncias.

_______>Tudo esperado ...

cidades hostis,bom senso esquecido.

___________________tudo passa,

____________________só permanece,

________________lembrança testemunha:

_____________________...vidas que se perderam...

____________________...cadáveres jazentes...

____________...pessoas que não mudam...

________...criaturas não diferentes....




Denise Severgnini

REST IN PEACE


http://miguelandrade.2bsmart.org/wp-content/uploads/2009/02/rest-in-peace-640x480.jpg




REST IN PEACE



Matei a poesia e de seu corpo fiz mortalha

Retalhei o verso à navalha, de cada corte

Eu fiz meu suporte a sustentar toda insensatez

Proveniente da morbidez estática de todos

Adeus à inspiração que vive a povoar meu imo

Cadaverize-se ante a hipocrisia... Sorria

Carpideiras hão de chorar pelo leite derramado

Lágrimas de crocodilo que salgarão a bala

De canhão apontado para a alma da poetisa

Não pensem que esta morte é fugaz

Tem tempo certo, definido nas leis de Moisés

Como resistir ao apelo da morte que te sorri

Alma e realidade caminham juntas, mas peleiam

Sobrando apenas o velho dito:_Rest in peace!



Denise Severgnini

BANDIDA LUA

http://i49.photobucket.com/albums/f254/Mariposa_pt/Death__Come_Near_Me_by_FuocoGotico.jpg




Bandida Lua



Oh Selene, andarilha das noites cruas

Nas alcatifas da minha quimera vives

E a conspurcas de maneiras espúrias

Breu ativa-se nas biografias breves...



Tua maldade pulcra legifera teses

Mal resolutas, ambíguas, letíferas

Que perpetrar se abismas meus deslizes?

Lapso de era!Falhas infrutíferas...



Impeço tua extensão e, então, adejo

Em cenóbios mediévicos, permaneço

Avejão de Arthur oscula-me sem pejo

Não padeço!Venero afetuoso gracejo



Nos orbes de Cíntia, retrocedo a vicejar

Luminar sem fanal, que almejas de mim?

Alvitre do desengano confina-te ao mar!

Almejo meu sorriso em lábio carmesim...



Denise Severgnini

ALMAS NEGRAS

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ALMAS NEGRAS


Almas negras, errantes de subterfúgios;
Migrantes noturnos da miséria humana
Procuras constantes, recônditos refúgios;
Odor fétido que do andamento emana


Torturas resultantes, levantes profundos...
Das almas negras, enlutadas no ódio...
Em todas as terras, em todos os mundos...
São as primeiras a ascender ao pódio.


Códigos e regras a elas não se aplicam
As desgraças da vida, nelas nada implicam...
Até as expiações densas delas se ausentam.


Almas negras, dejetos de um orbe poluído;
Carcaças e destroços de um tempo destruído;
Resquícios de maldade que na Terra habitam.



Denise Severgnini

ÁLGIDO PANORAMA

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ÁLGIDO PANORAMA


O alabastro é friagem


Como gélida é a imagem


A compor a paisagem


Retratada na visão


Seres fétidos povoam


As vizinhanças do burgo_(ser)


Que arriscam insurgir da lápide truanesca


Se a extenuação é certa


E a veracidade é cruciante


Faço um giro de 180º na grua


E peço valhacouto na praia erma


Enregelado clima transparece na existência afável


Que enfastia... Intrinco meus nortes


Abrolho adeus as tuas bestiais preces


Volito para outras esferas à expectativa do fenecimento!




Denise Severgnini

ÓSCULO AUSENTE

http://spd.fotologs.net/photo/13/1/13/_marionette_/1207673917_f.jpg


Ósculo Ausente



Nas cortinas do tempo, bordei minhas quimeras

Templário de sonhos, foste tu, que arquitetei

Observei-te ao longe, já de outras e outras eras

Sorvendo as essências daquele beijo que não dei


Na medievalidade da existência, enclausurei-me

Nos antros de fantasmais e impenetráveis castelos

Oh, Deus!Como não afoitei do cavaleiro achegar-me?

Hodierno estado, são as acabrunhas dos meus anelos!


Símplice plantinha, na estrada, observei tua passagem

E preservei no âmago do meu ser, tua figura heróica

Beijei-te, em filigranas de sonhos, mas sem coragem

Nunca proferi sequer eu te amo, na paisagem bucólica...


Bailaram as sazões, os meses, os anos... Novas estações

Maquiei-me de rugas, encaneceram as minhas melenas

Anego ainda em meu ser ósculo ausente... Tantas ilusões

Rascunhei uma biografia em sonhos!Esperei como Helenas!


Denise Severgnini

A ESPADA E A CRUZ

http://gotycfriend.zip.net/images/gotica1.jpg


A ESPADA E A CRUZ



Sal vertido na senda de Santa Luzia

Imolou meu espectro sem lucidez

Vassala de ti, eu ajoelhei sem rezar...


Suserano de mim, lançaste tu, a adaga

Ruíram nossos castelos... Tergiversei!

Cruzado peregrino,aguilhoaste viagem...


Oscilei... lamúrias de sangue lancei

Exorei perdão ante a cruz da morte

Inumei a espada no azado afeto!


Denise Severgnini

TREVAS

http://mundodarogue.blig.ig.com.br/imagens/menina_trevas.jpg


Trevas


Soturnezes assolantes proliferam em certos imos

Ausentam-se os fanais do apropriado discernimento

Cadavéricas configurações ofertam seus préstimos

Promovendo hordas insofismáveis de desentendimento


Adentra-se ao sepulcro, vociferam verdugos Lucíferes

Sorumbáticas teses elevam-se às mentes psicopatas

Cadaverizam estações, hiperbolizam suaves éteres

Egressão faz-se nula! Biografias fenecem obstupefatas.


Soturnos véus embaçam o olhar, quando desprevenido

Tenência! Satanás alvitra ternas seleções ao incauto

Valhacouto!Prudência!São os vocábulos ao entendido

É de maior valimento feijão com arroz a banquete lauto


Denise Severgnini

FINADA EM VIDA

http://http://i219.photobucket.com/albums/cc166/recado/glimboo/goticas/0096.jpg



FINADA EM VIDA




Ontem, havia amor, deleite, sedução

Em ósculos e amplexos magistrais

Maviosa voz cantilenava aleivosias

Meu ser romanesco fido, em ti, cria

Querubim noturno que voejou...

Imersa em sangüíneas sombras,

Aparto níveas asas. Maculam-se!

Muito resta de tuas garras em mim.

No apocalipse, em que me sobrevenho,

Anoiteço ante a fúria dos cavaleiros!

Meu tempo findado. Sou sombra sem luz!

Vislumbro siluetas indecifráveis

Flagelos em degredo eternal...

Insignificância, eu sou!Abantesma!


Sanguínea!Há escarlate nas mãos,

Angústia no cerne... Indícios de repúdio!


Hoje... Gosto nebuloso, trevas em atração

Tímpanos atentos a entristecidos sons

Carregam graça na fúnebre aparência...


Sombria, na nuviosa paisagem enaltecida

Solitude do meu imo compungido...

Corvos, prefeita companhia entristecida!


Denise Severgnini