quinta-feira, 28 de maio de 2009

Sempre haverá poesia em mim






Sempre haverá poesia em mim


Há ratos no tombadilho da minha caravela

Os gatos, mui amigos, saíram de férias

comeram meu queijo, deixaram-me à míngua

Mas a poesia ainda está em mim...


Minha lápide foi edificada pelos carnífices

E um epitáfio por eles escrito: Aqui jaz poesia inerte!

Aniquilei e nele com sangue gravei:

Sempre haverá poesia em mim!


Jogaram-me no deserto, sem água por perto

miragens abrolharam, oásis poéticos

beduíno trouxe-me subsídio providencial

letras soltas, alforriadas... Então ,eu poetei...

Sempre haverá poesia em mim!


Arremessada à arena, aos leões, fui oferecida

gladiador intrépido, abrolhou-me um verso

E eu ,então, com ele interagi ,num mágico dueto:

Sempre haverá poesia em mim!


Não importam ratos, doença, fome, desgraça

Pode chover canivetes, abriram-se grotas...

Se a manancial secar, a estiagem chegar, a expiação persistir

Se tudo de malfazejo a eu incidir, ainda assim

Com as bênçãos de Deus: Sempre haverá poesia em mim!


Denise Severgnini(Poenise)


Readaptação do poema Sobreviverei