domingo, 24 de maio de 2009

LUA NUA




LUA NUA



Lua, nua lua,

Despi-me toda

Diante de teus raios

Luz que não é tua

Luminosidade

Que roubas do sol

E exibes como essência natural.

Em verdade, tu és lua nua,

Nua como eu,

Despida de emoções profanas.

Despi-me diante de ti, oh lua!

Humildemente, busco,

Aspergir o perfume da noite morna

Deste fevereiro quente

E interminável...

Sobrevôo o céu azeviche

Envolta em brumas,

Estas tingidas de mil cores,

Como os anéis de Saturno.

Oh, lua! Lua nua...

Nua lua...

Despida como minh’alma,

Sem nódoas ou máculas...

Sem pesares ou tristezas...

Eu estou leve!

E a leveza sustenta meu ser,

Transportado no breu da noite.

A escuridão não me assusta,

A lua nua, pendurada na abóbada celeste,

Deixa transparecer uma réstia

De sua luz emprestada

(Ou será roubada?)...

É madrugada!Almas dormem...

Vagueiam, planejam...

Atuam, amam...

Minh’alma não,

Esta navega num universo paralelo,

À procura de outros sóis

Que não emprestem

Seus raios à Selene oferecida.

Tu e eu, lua,

Ambas nuas,

Tu de luz,

Eu de tristezas!



Denise Severgnini

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